quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Manual da rejeição

Eu não sabia que tão cedo eu receberia
Um escrito com palavras tão doentes
Daquelas que responsabilizo a minha solidão
E que só o remédio do bem querer pode curar

Bem querer ... bem querer...
Quem me dera saber que tão cedo
Você me faria perder?

Eu não entendo metade do que me diz
Com o corpo, os olhos , a voz
Tudo é rouco e soa pouco
Tão longe...

Não posso ler...não quero nem mais olhar
Esse manual sem intenção
Que só me leva a pobre rejeição
De quem não se deixou  amar

Combinações em tom


Façamos uma letra pra nós dois
Eu escrevo um verso
Você o outro depois
As rimas depois se combinam
Assim como nós dois

O refrão deve acentuar o afeto
Esse que nos faz tão perto
Com palavras doces e ritmadas
Que cantam a nossa cantada

Dê-me a  letra que eu copio a caneta
Quanto à canção?
Não precisamos procurar não
As cifras estão demarcadas no coração
E ficarão belíssimas em seu violão.

domingo, 26 de dezembro de 2010

Loucura poética

Age com o teu consciente
Pois quando o coração da vida se apossa
Você se perde
Você perde

O coração nos faz fugir do real
Segundo Hegel
A loucura é um simples desarranjo
E para mim ela descontextualiza o tudo

O louco sente a esmo
Se perde ao extremismo
Envolvido ao misto dos piores sentimentos
Não sabe se é culpado...
Pois não se faz ciente dos seus atos.


Não que eu busque a total sanidade das horas certas
Mas eu quero a loucura poética
Das musas que se percebem amadas
E que para alguém nesse mundo significa....

sábado, 25 de dezembro de 2010

Permissão

Eu só quero a permissão
Para invadir o teu coração
E te fazer feliz
Às várias maneiras

Quando a gente se deixa
Não há nenhuma queixa
É difícil vê-lo entristecido
Sem meios para persuadir

Abra a guarda meu moço
Deixa-me chegar
O que eu sinto, mesmo que não permita
Não adianta, não vai mudar

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Ternura

Ternura
Sinta o melhor modo de conduzir as coisas
O olhar meigo que acalma
O beijo doce que envolve
A verdade que soa nos ouvidos
A construção de um novo abrigo.

Destrua as desventuras
Apossa-te de todo o bem querer
Face aos afagos enternecidos
Deixa-me fazê-lo apetecer.

Lamentações de um errante

Que mal fiz ao mundo
Quando reconheci o amor?
Sentimento tão intenso e contraditório
Que causa em mim a cruel dor

Você identifica
Que a vida toda não soube amar
Quando achou que fez a coisa certa
Cortaram-te as asas do sonhar

Ninguém sobrevive a tal sentimento
Nesse contexto ansioso
Em que a brevidade das coisas
Causa lamento
Tormento
Demonstrações opacas
Não há nada cá dentro!



Apenas querer

Eu quero o sono tranqüilo
Dos amantes depois de uma noite de amor
Eu quero a verdade no ouvido
O colo que cobre, dá segurança e calor

Eu quero o corpo que dá prazer
Eu quero a canção mais bonita
Daquelas escritas na cama
Enquanto você diz  me querer

Tudo que almejo
Bem de longe eu vejo
Desespera o peito
Não vai acontecer?

O iludido

Faça do desamor uma poesia
Um canto de dor nas insanas noites de boemia
O telefone não toca
Sua falta angustia

Não quer nada mais
Sem ela  tudo é tanto faz
Nada vale na noite
Nem no riscar do dia

Ignora o choro do homem
Que não se envergonha do que sente
Pois muito ama aquela dona
E quer em verso viver o sonho eloqüente...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Tal qual

Em branco e sem pauta
Sem rasuras e rabiscos
Em branco
Assim é a folha...
Nova ...sem margem...plana
Exigente pede que se preencham
Palavras...cores...corações
Eu e você cheio de rascunhos amassados
E mal traçados
Contrastando o papel
Em branco
O que há em nós  tal qual a folha
Que está ali na escrivaninha
Aguardando que escrevamos a nossa história. 

Pena

É pena ter chegado depois
É pena ter começado antes
Eu sei o que você quer,
Posso o que você precisa
Mas não sou quem você incita

 Oh meu pesar!
Fui eu quem brincou de amar
Agora para o meu contentamento
Despedaço esse lastimável sentimento

 Não entendo as coisas do coração
Nem sei administrar o meu querer
O que sei e por ora compreendo
É que aturdido vou  morrendo

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Apeteço

Por que não podemos viver de música e poesia?
Ler um conto, sonhar, vestir fantasia
Sem medo do desencontro ou da ilusão
Flertar à noite e encontrar a paixão


Roda de amigos...
Piadas..livros
Copo...vinho...
Corpo...carinho


Embebedar-se de boemia
Ah! Tudo o que eu queria!